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Publicado em 13/05/2022.

Por Penélope Toledo (INCQS/Fiocruz)

Imagem de Divulgação

A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) incluiu o Brasil na lista dos oito países da América Latina com alto risco de volta da poliomielite (paralisia infantil) devido à baixa taxa de vacinação.  A hesitação vacinal (atraso ou recusa às vacinas), entretanto, não se justifica, visto que todos os imunobiológicos do Programa Nacional de Imunizações (PNI) passam por um rígido processo de controle da qualidade para garantir sua segurança e eficácia, conforme explica a coordenadora do Núcleo Técnico de Produtos Biológicos (NT-PB) do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz), Maria Aparecida Boller.

“Fazemos o controle da qualidade de duas vacinas poliomielite: a atenuada (gotinha) e a inativada”, especifica.

Maria Aparecida Boller conta que a vacina atenuada passa pelos departamentos de Imunologia (DI) e Microbiologia (DM) do INCQS/Fiocruz para a realização da análise de protocolo, potência e termoestabilidade e esterilidade.

Já a vacina inativada é submetida às análises de protocolo, aspecto, determinação de pH, teor de formaldeído, esterilidade e endotoxina bacteriana, envolvendo os quatro departamentos técnico-científicos do Instituto: os já citados DI e DM, mais os de Química (DQ) e Farmacologia e Toxicologia (DFT).

“O controle da qualidade é importante para garantir que a vacina chegue para a população somente após ter sido analisada com testes de segurança e eficácia”, enfatiza a coordenadora do Núcleo Técnico de Produtos Biológicos.

As vacinas chegam ao INCQS/Fiocruz durante o ano todo para passar por controle de sua qualidade e são oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

- Saiba mais sobre o controle da qualidade das vacinas na entrevista da coordenadora do Núcleo Técnico de Produtos Biológicos do INCQS/Fiocruz, Maria Aparecida Boller: https://www.incqs.fiocruz.br/images/stories/incqs/noticias/2022/marco/0001.pdf

Esta foto faz parte do acervo de @biofiocruz. Um registro feito na década de 80 em uma das campanhas de imunização contra a poliomielite realizadas no país.

Proteja seu filho e/ou filha!

A poliomielite pode provocar desde sintomas como os de um resfriado comum a problemas graves no sistema nervoso, como paralisia irreversível, principalmente em crianças com menos de cinco anos de idade, é o que informa a reportagem de Luana Dandara no Portal da Fiocruz.

Ainda na referida matéria, os pesquisadores entrevistados relatam que o Brasil foi certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como livre da poliomielite em 1994, mas encontra-se com alto risco de voltar, sobretudo pela baixa taxa de vacinação. A hesitação vacinal, inclusive, está entre as dez ameaças à saúde global apontadas pela OMS em 2019 em seu novo plano estratégico (13th General Programme of Work).

Além de proteger o seu filho e/ou filha, a vacinação é fundamental para preservar outras crianças que por problemas de saúde não podem se vacinar, para impedir o retorno de doenças que o país já havia se livrado e para evitar surtos e pandemias.

“A importância da vacinação não está somente na proteção individual, mas porque ela evita a propagação em massa de doenças que podem levar à morte ou a sequelas graves”, alerta o médico Dr. José Augusto Alves de Britto, do Instituto Fernandes Figueira (IFF/ Fiocruz) e mestre em pediatria.

- Saiba mais sobre a importância da vacinação na entrevista do médico Dr. José Augusto Alves de Britto, do Instituto Fernandes Figueira (IFF/ Fiocruz): https://www.incqs.fiocruz.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1721:a-importancia-da-vacinacao-nao-esta-somente-na-protecao-individual-mas-porque-ela-evita-a-propagacao-em-massa-de-doencas-que-podem-levar-a-morte-ou-a-sequelas-graves&catid=42&Itemid=132