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Publicado em 24/05/2019.
Por Penélope Toledo (INCQS/Fiocruz)

Foto: Acervo INCQS/ Fiocruz

A disciplina Seminários Avançados I do Programa de Pós-Graduação em Vigilância Sanitária (PPGVS) do INCQS/Fiocruz chegou à sua quarta palestra. A chefe-substituta do Setor de Alimentos do Departamento de Microbiologia, Silvia Lopes, discorreu sobre Bactérias de Referência de Produção Nacional: importância para o controle da qualidade de produtos sujeitos à Vigilância Sanitária em 16 de abril.

Silvia falou sobre a necessidade de produção de bactérias de referência de origem nacional para as ações de Vigilância Sanitária na área de alimentos.

Laboratórios de microbiologia de alimentos são de grande importância para a saúde pública, pois avaliam a qualidade e a segurança alimentar, e com isso podem prevenir as Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA’s), que são provocadas pela ingestão micro-organismos ou da toxina por ele produzida. Resultados de análises confiáveis possibilitam reduzir desperdícios financeiros e evitar que clientes e autoridades sejam induzidos a tomar decisões erradas.

“O INCQS é indicado pela Farmacopeia Brasileira como provedor de materiais de referência microbiológicos para ensaios oficiais de controle da qualidade, devido à sua Coleção de Micro-Organismos de Referência em Vigilância Sanitária. O Instituto possui estrutura e o conhecimento técnico necessário ao desenvolvimento das cepas nacionais”, explicou Silvia Lopes.

Os seminários ocorrem em todas as quintas-feiras, sempre às 14h, são abertos ao público geral, gratuitos e não requerem inscrição prévia.

 

INCQS e a produção nacional:

Além de avaliar a qualidade e segurança dos alimentos, o INCQS capacita tecnicamente os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) e oferece Ensaios de Proficiência, que são estudos interlaboratoriais utilizados como ferramentas de avaliação externa da qualidade e demonstração da confiabilidade dos resultados analíticos laboratoriais. O INCQS fornece ainda micro-organismos de referência de bactérias, fungos e arqueas.

Ainda de acordo com a palestrante, as dificuldades na produção de materiais de referência microbiológicos são a sensibilidade dos micro-organismos frente às variações de temperatura e dessecação no processo de preparo, a instabilidade das células microbianas durante a estocagem e o transporte. A realização dos estudos de crioprotetores (substância que são utilizadas para proteger o tecido biológico de danos do congelamento) para manter a temperatura de estoque.

É preciso um método de preservação que garanta a pureza da cultura, sem contaminantes; sua viabilidade, isto é, capacidade de replicação; sua autenticidade, com a preservação das características fenotípicas e genotípicas de uma espécie; e a integridade do genoma.

Silvia Lopes reforçou, entretanto, a importância da produção nacional para a autossuficiência do país neste quesito. De acordo com ela, o fornecimento internacional tem um custo elevado, enfrenta dificuldades alfandegárias e problemas de Biossegurança, isto é, na segurança ao manipular os organismos, com a finalidade de proteger o ecossistema e a saúde humana.