pt Português en English es Español
 

Publicado em 17/12/2018.
Por Penélope Toledo (INCQS/ Fiocruz)

Foto: Arquivo Pessoal

Uma das principais causas de meningite e com grande potencial para produzir epidemias, a doença meningocócica foi tema de uma oficina latino-americana (Latin American Meningococcal Workshop) promovida pelo Instituto de Vacinas Sabin, juntamente com o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz) e a Escola de Medicina da Universidade Austral, da Argentina. O evento aconteceu nos dias 12 e 13 de dezembro, no Rio de Janeiro, e contou com a participação, em uma mesa redonda, do coordenador do Programa de Pós-Graduação em Vigilância Sanitária (PPGVS) do INCQS, Ivano de Filippis.

Ivano falou sobre Novas ferramentas moleculares para a vigilância da doença meningocócica na sessão intitulada “Modelos de Vigilância Epidemiológica”, moderada pela Dra. Lúcia Helena de Oliveira, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Ele discorreu sobre o uso das análises genômicas para o diagnóstico e vigilância epidemiológica da doença na região. Este tipo de análise busca compreender as características genéticas do microrganismo, ao estabelecer a composição do seu genoma e associá-las à patogenicidade e à transmissão da doença.

“Foi um evento de grande importância para os países da América Latina, pois há poucos estudos em nossa região sobre essa doença devastadora e com grande potencial epidêmico. Tivemos a enriquecedora oportunidade de conhecer as experiências de nossos países vizinhos em relação aos mecanismos de transmissão e evolução da doença e assim, nos preparar para as possíveis mudanças epidemiológicas no Brasil, que já estão ocorrendo”, explicou.

O objetivo da oficina foi compartilhar os dados mais recentes e as práticas mais eficientes sobre a doença meningocócica na América Latina, no intuito de analisar a eficácia das estratégias de vigilância utilizadas atualmente, suas implicações para intervenções de controle e prevenção, e avaliar a efetividade das vacinas disponíveis. Também foi discutido um planejamento do programa de imunização, bem como estratégias de comunicação durante um surto.

As discussões levaram em consideração o contexto geral e o das sub-regiões e tiveram a participação de experts do Ministério da Saúde do Brasil, que receberam as recomendações dos pesquisadores presentes, para auxiliar as estratégias de prevenção e controle da doença meningocócica no Brasil.