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Publicado em 01/04/2022.

Por Penélope Toledo (INCQS/Fiocruz)

Imagem de Divulgação

Membros da Coleção de Culturas de Vigilância em Saúde Única (CCVSU), Maysa Mandetta e Kayo Bianco, ambos do Laboratório de Microrganismos de Referência do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) participaram de estudo genômico de bactérias degradadoras do herbicida 2,4-D, isoladas de solo brasileiro.

O estudo intitulado The Genome Sequence of Brucella intermedia DF13, a 2,4-Dichlorophenoxyacetic Acid-Degrading Soil Bacterium Isolated in Brazil, publicado em março na revista Microbiology Resource Announcements, descreveu o genoma da cepa DF13 de Brucella intermedia capaz de degradar o herbicida ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) isolada de solo brasileiro.

O 2,4-D é classificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um herbicida hormonal de toxicidade nível II. É considerado agente cancerígeno, afetando fígado, coração e sistema nervoso central, levando a convulsões.

Este herbicida é normalmente comercializado em formulações de sal, amina e éster, e tem ação pós-emergência.

Maysa Mandetta e Kayo Bianco contam que após a sua aplicação em campo, o excesso do produto é facilmente transferido para o lençol freático, devido à sua alta solubilidade em água.

“Mesmo após um longo período de desuso, quantidades consideráveis de 2,4-D ou de seu principal produto de degradação, 2,4-diclorofenol (2,4-DCF), podem ser encontradas em águas superficiais e subterrâneas. Portanto, o desenvolvimento de um processo de degradação eficiente para este herbicida é extremamente relevante e necessário”, explicam.

A cepa isolada neste estudo mostrou-se potencial como agente degradante de 2,4-D, sugerindo sua aplicabilidade para a biorremediação de ambientes contaminados por esse composto.

A pesquisa foi desenvolvida em parceria com Sheila da Silva, Barbara Alvarenga Peckle, José Roberto de Assis Ribeiro, Selma Soares de Oliveira e Andrew Macrae do Programa Pós-Graduação de Biotecnologia Vegetal e Bioprocessos, e o Instituto de Microbiologia Paulo de Góes ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Ida Carolina Neves Direito do Laboratório de Biotecnologia Ambiental do Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO).