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Publicado em 19/10/2021

Por Penélope Toledo (INCQS/Fiocruz)

Foto: Antonio Fuchs

A equipe do Laboratório de Vacinas Virais do INCQS/Fiocruz que trabalha com os imunobiológicos contra a Raiva (LVV-Raiva) participa da segunda fase de um estudo internacional para substituir o ensaio de potência em vacinas antirrábicas tradicionalmente realizado em camundongos há mais de 50 anos.

Conduzida sob o código BSP148 e custeada pelo European Directorate for the Quality of Medicines and Healthcare (EDQM), instituição do Conselho da Europa responsável pela edição da Farmacopeia Europeia, a pesquisa busca a validação do método imunoenzimático (ELISA), que consiste no uso de anticorpos marcados com uma enzima.

“O estudo se baseia na realização de um mesmo protocolo e desenho de ensaio, testando 10 amostras utilizando um par de anticorpos monoclonais capazes de se ligarem a epítopos conformacionais, em locais antigênicos bem definidos, indutores de proteção”, explica Wlamir Moura, um dos participantes.

Desta fase participam 34 laboratórios de diversos países para avaliar a capacidade de transferência do ensaio, dentre eles, o INCQS/Fiocruz.

A participação do Instituto foi viabilizada por um projeto em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que está em andamento e visa implementar métodos alternativos no país. A série de ensaios está completa e os resultados já foram submetidos ao EDQM em setembro.

O LVV-Raiva/INCQS/Fiocruz integra esta iniciativa desde a primeira reunião, em Ames, nos EUA, em 2011 e faz parte do grupo de trabalho desde o início. Na fase anterior do estudo, o Instituto forneceu uma das vacinas antirrábicas testadas.

Após a conclusão da segunda fase, os resultados serão publicados em revista indexada e o grupo de trabalho internacional deverá elaborar um novo projeto para a realização da fase 3 do estudo.

“O Laboratório de Vacinas Virais, com apoio do Centro Brasileiro para Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM, Brazilian Center for Validation of Alternative Methods), buscará obter os recursos para garantir que o ELISA entre na rotina de ensaios e, no futuro, substitua o ensaio em animais”, declara Wlamir.