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Publicado em 14/08/2019.

Por Penélope Toledo (INCQS/Fiocruz)

Imagens - fonte: Acervo Casa de Oswaldo Cruz

O médico sanitarista Oswaldo Cruz, patrono da Fiocruz, foi responsável pela erradicação das epidemias de varíola, peste bubônica e febre amarela no início do século XX, além de ter realizado expedições científicas pelo interior do Brasil e de ter reformulado a gestão na área. Por isso, para celebrar o Dia Nacional da Vigilância Sanitária (05/08), o INCQS/Fiocruz apresentou a palestra Oswaldo Cruz e as campanhas sanitárias, em 9 de agosto.

A exposição foi ministrada pela professora do Programa de Pós-Graduação em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde (PPGPAT) da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Ana Luce Lima.

Ela se valeu de recursos como charges da época, registros de viagens do sanitarista pelo interior do país e documentos pessoais, disponíveis no acervo a Biblioteca Virtual Oswaldo Cruz

“Dentro e fora da Fiocruz, precisamos falar mais sobre Oswaldo Cruz”, declarou a palestrante.

“Eu sempre via a imagem de Oswaldo Cruz na Fundação, mas não sabia direito o motivo. Agora eu sei sua História e acho que todo mundo deveria saber”, concordou Pedro Paulo da Silva, profissional do Centro de Vida Independente do Rio de Janeiro (CVI-Rio).

Campanhas sanitárias:

Primeiro diretor-geral de Saúde Pública do Brasil, em 1903 (cargo que hoje equivale a ministro da Saúde), Oswaldo Cruz foi também o cientista pioneiro a percorrer o país para conhecer de perto as condições de vida da população e as especificidades de cada região, coletando amostras de insetos e sangue em suas expedições, conforme contou a palestrante.

Enfrentou forte resistência na campanha de vacinação contra a varíola, no episódio que ficou conhecido como Revolta da Vacina, em parte pelo desconhecimento da população sobre este tipo de imunização, em parte pelo autoritarismo da obrigatoriedade. Isto, em um contexto de grande desconfiança popular devido à remodelação da cidade do Rio de Janeiro pelo prefeito Pereira Passos, que dentre outras ações, removia as pessoas de suas residências.

A iniciativa teve efeito a longo prazo e em 1908, a população fez filas nos postos para se vacinar contra a doença.

Importância da vacinação e do saneamento básico:

A palestrante também reforçou a importância da vacinação, falou sobre a queda nas taxas de imunização e os movimentos antivacinais e explicou a preocupação da Organização Mundial de Saúde (OMS) com as doenças reemergentes, que haviam sido erradicadas ou controladas, mas voltaram e hoje estão entre as 10 maiores ameaças à saúde humana.

Ana Luce enfatizou, ainda, que o saneamento básico e que boas condições socioeconômicas são indispensáveis para a promoção da saúde da população.

“Não adianta falar para a pessoa não deixar água parada, se onde ela mora não tem sistema de abastecimento de água e ela precisa armazenar para consumir. Ou reclamar de lixo acumulado, se naquela região não tem serviço de coleta de lix