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Publicado em 26/02/2018.
Por Penélope Toledo (INCQS/ Fiocruz)

As espumas de carnaval são populares, mas podem ser perigosas. Seu contato com a pele, olhos e nariz pode provocar irritação e alergia. Já sua ingestão, inalação ou penetração cutânea pode gerar efeitos sistêmicos como intoxicação e problemas no sistema nervoso central (tontura, confusão mental, narcose e asfixia), devido ao contato prolongado do produto com a pele.

Imagem de Divulgação

O chefe do Laboratório de Toxicologia do INCQS e coordenador do Núcleo Técnico de Cosméticos (NT COS), Ronald Silva, explica que as espumas de carnaval são preparações que apresentam grande variedade de formulações, sendo as mais comuns, compostas por água, tensoativos (detergentes), resinas acrílicas e gás propelente, que é uma mistura de propano e butano conhecida como GLP (gás liquefeito de petróleo).

Ainda de acordo com ele, não há necessidade de registro junto à agência regulatória para a comercialização das espumas de carnaval. Mas há a obrigatoriedade de que os produtos tenham em seus rótulos informações sobre sua composição e riscos, e que sigam critérios de segurança determinados na Resolução RDC nº 77/ 2007, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A resolução foi criada a partir das análises no produto realizadas pelo INCQS naquele ano.

“As empresas fabricantes e importadoras destes produtos devem realizar os testes de toxicidade oral e aguda, alergenicidade, irritação primária da pele e irritação primária dos olhos, e mantê-los à disposição imediata da Vigilância Sanitária quando solicitados”, explica Adriana Sant'Ana, chefe do Departamento de Química (DQ) do Instituto.

Sobre como proceder com relação ao produto, Ronald orienta:

“O ideal é evitar o uso deste produto, mas caso o utilize, é importante ler as instruções do rótulo, usá-lo somente em locais abertos e longe de fontes de calor, evitar o contato com os olhos e mucosas, e evitar o contato prolongado com a pele. Depois de utilizá-lo, deve-se lavar e secar as mãos. Caso haja contato, é imprescindível lavar a área atingida o mais breve possível e com água em abundância”, esclarece, e completa: “lembrando que crianças só devem manusear o produto com a supervisão de um adulto”.