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Publicado em 23/11/2018.
Por Penélope Toledo (INCQS/ Fiocruz)

Foto: Arquivo Pessoal

Dispostos a desenvolver tecnologias que substituam o uso de animais em experimentos laboratoriais, profissionais do Departamento de Imunologia (DI) e do Departamento de Farmacologia e Toxicologia (DFT) do INCQS apresentaram trabalhos científicos e palestras no III Congreso latinoamericano de métodos alternativos al uso de animales de experimentación en educación, investigación e indústria (Colama), realizado entre os dias 30 de outubro a 1º de novembro em Buenos Aires, na Argentina.

Octavio Presgrave, do DFT e coordenador do BraCVAM, foi o vice-presidente regional do Comitê Científico. No evento, apresentou palestra sobre o processo de validação de métodos alternativos e a situação do Brasil nesta área, e participou de três meses-redondas: métodos alternativos reconhecidos pelo Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (Concea), andamento da primeira validação em curso no Brasil (o ensaio de HET-CAM/ Membrana Corio-Alantóide de Ovo Embrionado de Galinha) e redes regionais de métodos alternativos, desta, sendo o coordenador. Além disto, Octavio foi homenageado pela organização do Congresso, devido ao seu trabalho pioneiro na área.

“O Colama foi muito bem organizado, com palestras de alto nível. De uma maneira geral, os participantes veem o Brasil como liderança a ser seguida no cenário de métodos alternativos. Fomos demandados sobre a possibilidade de oferecermos treinamentos e cursos específicos por participantes de vários países, como Costa Rica, Uruguai e Peru”, contou.

Ronald Santos, que é membro da equipe de métodos alternativos do DFT e colaborador do BraCVAM, ministrou aula sobre estratégias in vitro para avaliação de Fototoxicidade.

A vice-Coordenadora do BraCVAM, Cristiane Caldeira, por sua vez, ministrou aula sobre métodos para avaliação de substâncias pirogênicas, com ênfase no Teste de Ativação de Monócitos (MAT – Monocyte Activation Test).

Já do DI, Daniela Bacellar apresentou dois estudos: Redução no Número de Animais nos Ensaios de Potência do Componente Diftérico de Vacinas Combinadas e Refinamento e Desfecho Humanitário Através do Uso do Efeito Paralisante da Toxina Tetânica em Ensaios de Potência de Vacinas Combinadas.

Elizabeth Porto expôs a sua pesquisa intitulada Avaliação da Redução de Camundongos nos Ensaios de Controle da Qualidade do Soror Antibotrópico através da Aleatoriedade das Amostras. Ela explicou que participar do evento foi importante para que pudesse se aprofundar no tema e se qualificar com relação a ele, conhecendo melhor o cenário atual e se antecipando às possibilidades futuras. Além disto, proporcionou a troca de conhecimentos, experiências e ideias com profissionais de outros países:

“O evento foi muito proveitoso para a capacitação técnica, com diversas palestras e discussões sobre métodos alternativos ao uso de animais, incluindo metodologias, a situação atual e perspectivas de métodos alternativos em diversos países da América Latina. Também possível trocar experiências com outros laboratórios oficiais”, disse.

 

Métodos alternativos ao uso de animais de laboratórios:

Os métodos alternativos são desenvolvidos para substituir, reduzir ou refinar o uso de experimentos com animais na pesquisa biomédica, ensaios ou ensino. Havendo recursos alternativos validados, o uso científico de animais é desautorizado pela lei 11.794/2008, conhecida como “Lei Arouca”.

O INCQS investe na produção de conhecimento relativo aos métodos alternativos e abriga o Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM), criado em 2011, em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Trata-se do primeiro centro da América Latina para validar e coordenar estudos de validação de recursos paralelos ao emprego de animais em testes de laboratório.
Além disto, o INCQS é um dos três Laboratórios Centrais da Rede Nacional de Métodos Alternativos (Renama).

 

Colama:

O Congresso Latino-Americano de Métodos Alternativos ao Uso de Animais de Experimentação no Ensino, Pesquisa e Indústria (Colama) foi realizado pela primeira vez em 2012, no Brasil, em Niterói, por iniciativa da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Centro Brasileiro para Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM/FIOCRUZ). Já a segunda edição, em 2015, foi em Varadero, Cuba.

O III Colama contou com um curso pré-congresso, denominado Métodos alternativos al uso de animales de laboratorio destinados a la evaluación de productos que impacten en la salud humana, realizado no dia 29 de outubro.