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Publicado em 17/09/2018.
Por Penélope Toledo (INCQS/ Fiocruz)

O estudo realizado no setor de Alimentos do INCQS/Fiocruz (Departamento de Microbiologia) sobre o método molecular para detecção do DNA do Trypanosoma cruzi em produtos à base de açaí, de Renata Trotta, do Departamento de Microbiologia (DM), foi pauta de uma reportagem no site G1 do dia 29 de agosto e publicada na revista científica Parasites and Vectors. Além disto, o IOC publicou uma matéria, que também foi replicada no site do INCQS em 31 de agosto.

A pesquisa padronizou uma técnica de análise para detectar o DNA do parasito causador da doença de Chagas em alimentos à base de açaí. A presença do material genético do T. cruzi não assegura necessariamente sua viabilidade. Entretanto, aponta para falhas no processo de produção que podem levar à transmissão da doença:

“Apesar de existirem importantes estratégias sendo implementadas, o Brasil ainda está num estágio embrionário e pontual no combate à doença de Chagas transmitida pelo consumo alimentar, incluindo o açaí. As boas práticas de higiene e de manufatura, assim como a aproximação entre instituições de ciência e os produtores de açaí, são essenciais para contribuir na solução deste problema”, afirma.

Foram analisadas 140 amostras de alimentos à base de açaí comercializados em feiras e supermercados no Pará (entre 2010 e 2015) e no Rio de Janeiro (entre 2010 e 2012). Ao final, entre as 14 amostras positivas para a presença de DNA de T.cruzi, uma delas apresentou simultaneamente DNA de barbeiro. As amostras positivas ao ensaio de identificação por PCR foram submetidas à caracterização molecular numa colaboração com o Laboratório de Biologia Molecular e Doenças Endêmicas do IOC/FIOCRUZ. Os resultados apresentaram contaminação mista com prevalência dos genótipos compatíveis com os dados encontrados em literatura onde há correlação com barbeiros e gambás envolvidos em surtos.